Encantamento
Mora um poeta na minha cabeça que arma ciladas, planos, embustes
e fantasmas e eu cedo... Apaixonada! E sofro de uma forma visceral, imoral e me
entrego como animal abatido que estou. Choro e escorrego numa umidade interna
em pesadelos profundos de abismos que nem sei onde estão. Meu poeta judia,
faz-me cúmplice, maltrata distrata e consome e eu cedo... Apaixonada! Entrego uma
pureza religiosa que é do amor por direito, aquele que amo e que arrasta tudo
consigo, se diverte, se distrai e canta e dança por ser tão amado como nunca
ninguém o amou. Amo, cheia de olhares com as mãos tão enlouquecidas e o corpo
quente de abraçar de possuir e nem conheço limites nem quando parar... Adio
todas as sensações, todos os orgasmos que são teus, somente teus, mais o Poeta
tem sono... Relaxa indolente e o amor começa a escorrer pelos dedos, pelas
mãos, vai minando pelos pés molhando a terra que se encharca de amor e de flores, e meu
corpo liberta!
Mora um poeta na minha cabeça que arma ciladas embustes e fantasmas... E às vezes, me encanta...
Mara Araujo
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